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Entre três unidades federativas Rio Grande do Sul tem o litro da gasolina comum mais caro do país

Entre três unidades federativas Rio Grande do Sul tem o litro da gasolina comum mais caro do país
29/08/2021 às 01:08

No Rio de Janeiro, para quem dirige - seja por lazer ou trabalho - está difícil encher o tanque de combustível do carro. E há pelo menos duas semanas, o estado está entre as três unidades federativas com o litro da gasolina comum mais caro do país, com valores acima dos R$ 7.

Veja a comparação com outros estados:

  • Rio Grande do Sul - R$7,21
  • Acre - R$ 7,13
  • RJ - R$ 7,06

Há 17 anos a Agência Nacional do Petróleo (ANP) faz um levantamento semanal dos preços dos combustíveis. Analisando a série histórica, nunca foi tão caro encher o tanque como agora.

Segundo a ANP, tem quatro meses seguidos que o valor da gasolina comum sobe nas bombas.

E essa alta nos preços é provocada por uma soma de fatores:

  • a cotação do barril do petróleo tá em alta no mercado internacional.
  • o dólar segue valorizado, frente ao real.
  • e tem ainda o peso dos impostos.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura diz que uma reforma tributária seria necessária, com a cobrança de um valor igual de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para todos os estados. E que a solução pra esse problema que pesa tanto no bolso está longe do fim.

"E você pegar o preço final da gasolina na bomba, a média do Brasil, 40% é imposto. O que eu quero dizer com isso? Quando você vai parar o seu carro no posto, se você botar um litro de gasolina, 40% é imposto", afirmou Adriano Pires.

"Será que o setor de combustível e de energia elétrica tem que ser tão tributado assim? Será que não precisa rever essa divisão de tributo? Porque a arrecadação vem de vários setores de economia. Se um setor paga menos, outro tem que pagar mais pra dar o equilíbrio na arrecadação final. Então, eu acho que essa discussão também merecia ser feita", acrescentou o especialista.

Conta não fecha para motoristas de aplicativo

No Rio, dependendo do horário, está difícil de encontrar um carro de aplicativo disponível. O passageiro fica com o celular na mão esperando, esperando.

Isso porque muitos motoristas perceberam que, com a alta dos combustíveis, estão praticamente pagando pra trabalhar.

Alguns ficam indisponíveis durante boa parte do dia. E já há quem tenha desistido da profissão.

"Se hoje você não tiver a sua segunda opção de trabalho, a renda cai demais. Tá valendo mesmo você ter a sua segunda renda. Pra rodar no aplicativo, só pra quem tem GNV [gás natural veicular]", afirmou Leonardo Cordeiro, motorista de aplicativo.

E virar motorista de aplicativo chegou a ser uma saída para o desemprego, que bateu recordes nos últimos anos. Ajuda muitas famílias a complementar a renda. Mas com tantos aumentos nas bombas, a situação pode ficar ainda mais difícil dentro da casa de muita gente.

Combustíveis, de uma maneira geral, são os que a gente chama de insumos estratégicos. São os insumos que estão presentes em nas cadeias produtivas, de abastecimento. Então, o transporte se torna mais caro alimentação, se torna mais cara. E isso vai bater no bolso do consumidor", afirmou Mauro Rochlin, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas.

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