Ontem, 10 de abril, marcou os 100 dias dos novos governos municipais. Para alguns, foi dia de festa — balanços positivos, vídeos bonitinhos nas redes sociais, discursos otimistas e aquela sensação de dever (ao menos um pouco) cumprido.
Mas quando digo “alguns”, é porque, como sempre, não foram todos. A totalidade ficou longe de acontecer. Teve prefeito que começou em janeiro com o pé no acelerador, é verdade — obra aqui, melhoria ali, anúncio acolá. Coisa bonita de se ver, pelo menos nas postagens oficiais.
Já outros, que entraram prometendo austeridade, corte de cargos, gestão enxuta... Em pouco tempo, sentiram o peso da realidade (e da política) e logo estenderam a mão aos parceiros eleitorais. Corte? Só de fita. Austeridade? Só no discurso.
Os 100 dias passaram voando. Tão rápido que teve gestor que nem percebeu. Piscou, abril chegou — e nada foi feito. Nem balanço, nem satisfação. Alguns até preferiram usar o tempo para criticar quem veio antes, esquecendo que o passado não se administra, e o presente exige ação. Resultado? Nada do nada.
Ainda assim, hoje ainda é tempo de comemorar (ou pelo menos marcar a data). Vai que, com sorte, alguém resolve tirar um plano da gaveta, um projeto da cartola, ou ao menos publicar uma notinha otimista no site.
Enquanto isso, seguimos assim: esperando algo acontecer.
Ou quem sabe, apenas esperando.
Apenas isso. Nada mais que isso.
Tudo pode acontecer. Inclusive nada.
Jairo Ferreira