Depois de uma sequência de dias de tempo instável por causa de um corredor de umidade que se formou na região central do país, boa parte do Brasil deve seguir com pancadas de chuva nesta quarta-feira (5).
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), partes de ao menos 16 estados do país devem ter chuvas intensas:
🟠Nesses locais, a previsão indica volumes de chuva que podem chegar a 100 milímetros por dia, com ventos intensos, de até 100 km/h.
Ainda de acordo com o Inmet, a instabilidade nessas regiões acontece por causa da combinação de três diferentes sistemas meteorológicos:
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica que esses sistemas são comuns no verão e tendem a trazer muita chuva para o Norte e para o Nordeste, além de deixar o tempo um pouco instável no Sudeste, com as conhecidas pancadas de verão.
Diferentemente do restante do país, o Sul vem enfrentando uma forte onda de calor nesta semana. O fenômeno vem afetando de maneira mais intensa o oeste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.
🌡️De acordo com Luengo, a onda é reflexo de um bloqueio atmosférico localizado próximo à Argentina e deve se estender até a próxima sexta-feira (7).
"Até lá, muitas cidades da região, principalmente cidades gaúchas, podem registrar máximas de 40°C ou 43°C. Não está descartada a possibilidade de novos recordes de calor", alerta Luengo.
Segundo a Climatempo, na terça-feira (4), a temperatura chegou a 43,8°C na cidade de Quaraí. Esta é a maior marca já registrada no estado desde o início da série histórica.
Na quinta-feira (6), uma área de baixa pressão deve se formar entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, podendo provocar temporais em algumas partes dos estados do Sul.
"Como está muito quente, a chegada de uma frente fria pode causar estragos, mesmo que o volume de chuva esperado não seja tão elevado. A previsão é de chuva forte, ventania e granizo", destaca Luengo.
Assim como o previsto para boa parte do país essa semana, o mês de fevereiro deve ser de tempo chuvoso e calor abaixo da média.
O clima neste mês deve ser muito diferente do observado nos últimos anos. Isso acontece principalmente pela ausência do El Niño e pela influência, mesmo que fraca, do fenômeno La Niña.
Luengo destaca que os primeiros dias do mês devem ser ainda de muitos temporais por causa da atuação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) no país.
A partir do dia 5, o que predominam são as chuvas mais isoladas e a forte influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) no Norte e Nordeste do país – algo que deve estar presente ao longo de todo o mês.
g1