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Tecnologia

Mineradora que opera em área com resíduo de urânio e produz estanho no AM é vendida à China por R$ 2 bilhões

Mineradora que opera em área com resíduo de urânio e produz estanho no AM é vendida à China por R$ 2 bilhões
28/11/2024 às 12:11

CORREÇÃO

CORREÇÃO: g1 errou ao publicar, no título desta reportagem, que a China havia comprado uma reserva rica de urânio no interior do Amazonas. O que foi vendido aos chineses foi a empresa Mineração Taboca, que produz estanho na Mina de Pitinga. A área em que a empresa atua também contém resíduos de urânio, mas o urânio que existe nessa jazida vai para o rejeito, segundo a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia responsável pela exploração de minas de urânio no Brasil. A informação foi corrigida às 20h35 desta quinta-feira (28).)

A Mineração Taboca S.A., responsável pela reserva de urânio localizada na Mina de Pitinga, interior do Amazonas, foi vendida para a empresa estatal China Nonferrous Trade Co. Ltd. por US$ 340 milhões - o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões. A transação, intermediada pelo grupo minerador peruano Misur, que detém o controle acionário da empresa brasileira, ocorreu na terça-feira (26).

A Mineração Taboca é conhecida pela descoberta da reserva em 1979, situada na Vila Balbina, a 300 km de Manaus. Na região, já foi identificado urânio, elemento químico utilizado como combustível para a geração de energia nuclear. A mina é também responsável pela lavra e beneficiamento de cassiterita, columbita e, atualmente, é a maior produtora de estanho refinado do Brasil.

"Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva", afirmou a empresa.

A China Nonferrous Mining Co., uma das maiores empresas estatais produtoras de cobre do mundo, foca em mineração, processamento, hidrometalurgia, fundição pirometalúrgica e vendas, com operações significativas na Zâmbia, na África.

Repercussão

Em pronunciamento na plenária do Senado, na quarta-feira (27), o senador Plínio Valério (PSDB-AM), questionou a venda e levantou suspeitas de favorecimento ao governo chinês.

"Estamos lá impedidos, com cadeados ambientais que nos escravizam e que nos prendem, porque sempre esbarramos nas ONGs. Sempre esbarramos na ministra Marina Silva, a serviço das ONGs, e, de repente, os chineses compram a maior mina de urânio do Brasil. Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?", disse em discurso.
 
g1
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