Mais duas mortes em razão da dengue foram confirmadas, no início da tarde desta quinta-feira (28), pela Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul. Com isso, o total de óbitos em 2024 chega a 47, em menos de três meses. Somando todo o ano passado, foram 54 mortes atribuídas à doença. Até o fim de março, porém, só uma havia sido confirmada.
Em 2022, quando o Rio Grande do Sul bateu recorde de óbitos, com 66, nenhum havia sido oficializado antes de 21 de maio.
As duas vítimas eram idosas e tinham comorbidades. Em Frederico Westphalen, no Noroeste gaúcho, morreu um morador de 71 anos e, em Vista Alegre, no Norte, a paciente tinha 93. Das 47 mortes registradas neste ano, 33 envolveram pessoas de 60 anos ou mais.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, que o Rio Grande do Sul assumiu a liderança no ranking nacional da letalidade pela dengue em 2024, com 12% dos casos graves terminando em morte. A taxa é um indicador que mede a mortalidade entre quem adoeceu pela dengue. Ela difere do índice de mortalidade, que leva em conta o número total de óbitos e o contingente populacional.
Um dos fatores que pode explicar o índice elevado de letalidade em solo gaúcho é a faixa etária – considerando que a população gaúcha é a "mais velha do Brasil".
Com 36.296 casos confirmados de dengue desde janeiro, o Rio Grande do Sul já se aproxima do total de 2023, quando 38.383 diagnósticos foram positivos. A maioria dos pacientes que se infectou em 2024 - 30.825 - contraiu a doença sem viajar.
Dos 497 municípios gaúchos, 466 - 94% - já foram declarados infestados pelo mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue.
Também nessa quarta, o Ministério da Saúde (MS) anunciou que vai distribuir a vacina contra a dengue para mais 154 municípios. Até então, 521 municípios haviam sido selecionados para receber as doses e iniciar a vacinação contra a doença na rede pública em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. Nenhuma localidade do Rio Grande do Sul, porém, integra essa nova fase.