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Política

Em encontro, PP reforça pré-candidatura de Heinze ao governo

Em encontro, PP reforça pré-candidatura de Heinze ao governo
13/12/2021 às 18:12

A 10 meses do pleito de 2022 e em meio a um cenário de muitas indefinições, o PP gaúcho optou por realizar um evento de porte para apresentar as diretrizes de seu plano de governo nas próximas eleições. Na prática, o encontro, realizado na manhã de sábado no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, teve como ponto central o reforço à pré-candidatura do senador Luis Carlos Heinze ao governo do Estado, com direito a jingle e vídeo, e discursos recheados de mensagens expressas a concorrentes. “Estamos recuperando agora, a tempo de fazê-la vitoriosa em 2022, a oportunidade de assumir com coragem que somos um partido da direita, conservador, da família e da propriedade”, explicitou o presidente estadual, Celso Bernardi.

Heinze cantou junto com o deputado estadual Issur Koch (também ao violão) o ‘Canto Alegretense’. Ao lado da esposa, disse que seu maior patrimônio é a família. Foi às lágrimas mais de uma vez, uma delas ao rememorar parte da juventude humilde. Reivindicou o crédito por obras e recursos obtidos para o Estado. Lembrou que nunca perdeu uma eleição. Destacou que precisa que todos os correligionários se empenhem na campanha. E chamou ao palco seu suplente no Senado, o vice-presidente da Aprosoja do RS e diretor administrativo da Aprosoja do Brasil, Ireneu Orth. “Meu parceiro, meu amigo, meu irmão. Será o futuro senador. Não perderemos a vaga no Senado.”

A deferência pública a Orth faz parte da estratégia do PP na disputa que se trava há meses no RS sobre a formação ou não de um palanque único para o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. E sobre quem pode abocanhar mais votos no bloco classificado pelos articuladores partidários como ‘conservador/progressista de direita’. Na contenda, cheia de reviravoltas, o senador enfrenta o ministro Onyx Lorenzoni, que está de saída do DEM rumo ao PL. Partidários de Onyx defendem que, para o bloco, é melhor ter Heinze no Senado e mais o governador. Os de Heinze contra-atacam dando mais visibilidade a Orth e assinalando o quanto ele é afinado com o senador.

A estratégia inclui também comparações de biografias que o PP acredita lhe favorecer, como expôs, no sábado, o publicitário Zeca Honorato, que coordenou a campanha de Heinze em 2018. “Se assim continuar o tabuleiro eleitoral, teremos um candidato que a única proposta que tem é uma suposta proximidade e alinhamento partidário. E a única coisa que não tem é este teu currículo de realizações” disse, dirigindo-se ao senador.

Publicitário e ex-governador apontam flancos que precisam ser cobertos

Ao mesmo tempo em que destacou as vantagens que identifica em Luis Carlos Heinze na disputa pelo Palácio Piratini em 2022, o publicitário Zeca Honorato fez, no sábado, uma projeção sobre os flancos que o PP precisa cobrir. Em meio ao clima de festa, ele e o ex-governador Jair Soares (que gravou mensagem em vídeo) chamaram a atenção para as vulnerabilidades da legenda e do pré-candidato.

“A eleição nacional vai polarizar. Aqui no RS é mais difícil de polarizar para os mesmos campos. Então, a gente vai precisar, em algum momento, dialogar com outras forças, com outros conceitos, sem abrir mão das convicções. A gente precisa vender o ‘fazedor’ Heinze. Esse homem das realizações não pode de uma hora para outra virar só o senador da cloroquina, da CPI. Não pode”, alertou Honorato. Em sua breve mensagem, Jair Soares foi taxativo. “A minha preocupação é Porto Alegre, onde há 1,1 milhão de eleitores. É preciso fazer um plano enxuto para que nosso governador leve a Porto Alegre, porque ela vai nos garantir a vitória.”

Em 2018, Heinze ultrapassou os dois milhões de votos para o Senado no RS, ficando em primeiro lugar, e com 441 mil votos de diferença em relação a Paulo Paim (PT), que obteve a segunda vaga. Mas a Capital representou menos de 10% do escore alcançado pelo representante do PP, uma inversão de posições com Paim e preferências divididas de forma relativamente homogênea entre os dois e José Fogaça (MDB), Beto Albuquerque (PSB) e Carmen Flores (então no PSL, e cuja votação na ocasião é atribuída à ‘onda’ bolsonarista).

 

CP

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