POR REGINA BECKER
As mulheres são as primeiras a perderem seus empregos, em meio à profunda crise que se instalou no país em razão da pandemia. Segundo a Pnadc, do IBGE, 8,5 milhões de brasileiras deixaram a força de trabalho no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Hoje, certamente, o quadro é pior.
Os números são devassadores se considerarmos que 49,5% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Com o fechamento de escolas e creches, o cuidado com os filhos, com a casa e mesmo com outras pessoas da família impossibilitou ou desorganizou em cheio a já sofrida rotina de trabalho das mulheres, sobretudo das trabalhadoras de menor poder aquisitivo.
Não bastasse isso, embora o índice brasileiro de feminicídio há anos figure entre os piores, a violência de gênero se agravou terrivelmente no contexto da pandemia.
Como secretária de Trabalho e Assistência Social, sinto-me no dever de remar contra esta tragédia na vida das mulheres, que se tornaram ainda mais vulneráveis na pandemia.
Assim, na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, lançamos o edital do programa RS TER – Mulheres Empreendedoras, no qual ofereceremos, em parceria com uma OSC (organização da sociedade civil), um curso online para 1.500 mulheres, numa primeira etapa, que estudarão a dinâmica do empreendedorismo, estratégias de gestão de pequenos negócios, assim como noções básicas de finanças, marketing e e-commerce.
Após o término do curso, durante 180 dias as alunas continuarão assessoradas em seus empreendimentos. Poderá ser um negócio já existente, uma ideia, uma nova possibilidade identificada no mercado ou um sonho acalentado.
Que este programa potencialize a reconhecida capacidade organizativa e solidária destas mulheres, para que se fortaleçam e se cuidem mutuamente, como sempre tem sido nas infinitas adversidades que lhes caem sobre os ombros.
Fonte: Governo do Estado-RS/Secretária de Trabalho e Assistência Social
Rojane Matte - S&B