Após cinco anos de tratamento renal em razão de diabetes, João Siqueira Marques, 50 anos, passou por um transplante renal na última segunda-feira (7), o primeiro realizado em 2025 no Hospital de Clínicas Ijuí (HCI). Até chegar a sua vez na fila para conseguir um órgão, ele percorreu milhares de quilômetros, viajando de Campo Novo para Ijuí duas vezes por semana, durante mais de três anos, para se submeter à hemodiálise. Há um ano e meio, ele iniciou a diálise peritoneal, modalidade de terapia renal que utiliza o revestimento da cavidade abdominal, o peritônio, para filtrar as toxinas do sangue. Essa técnica permite que o tratamento seja feito em casa, proporcionando maior autonomia e qualidade de vida ao paciente.
Passados poucos dias do transplante, João comemora o sucesso da cirurgia, que transcorreu sem intercorrências. Ele segue em recuperação, internado no HCI. “Desde o início, eu sabia que precisava de um transplante. Estou extremamente feliz por ter recebido um rim e poder viver esse momento tão importante. Sou imensamente grato a quem fez essa doação”, declarou.
A médica nefrologista do HCI, Ana Lúcia Doile, esclarece que a expectativa média de sobrevida de um transplante renal é de 12 a 15 anos. No entanto, há casos em que o enxerto renal permanece funcional por períodos significativamente mais longos. “Temos pacientes transplantados há 20 ou 25 anos com o rim funcionando bem. Caso a pessoa não consiga uma doação de órgão de doador falecido, como foi o caso do rim recebido por João, ainda existe a possibilidade de um transplante intervivos, feito entre familiares de até 3º grau, conforme a legislação brasileira”, esclarece.
O transplante renal é efetuado após cadastro na Central de Captação de Órgãos do Estado, priorizando a compatibilidade entre doador e receptor para minimizar as chances de rejeição. Diversos exames são realizados para assegurar que o doador não tenha doenças transmissíveis e que o rim esteja em condições ideais.
No HCI, os transplantes renais são realizados desde 1986, totalizando atualmente mais de 120 procedimentos. Participaram deste procedimento os médicos cirurgiões vasculares Ana Lúcia Caetano, Fábio Silva, Vinicius Pires e Alencar Proença; os médicos urologistas Gilnei Penno e Leonardo Bandeira; e as médicas nefrologistas Ana Lúcia Doile e Maria Leocádia Padilha.