FEAAGRI tem uma série de eventos ligados à produção e o consumo da erva-mate no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai
A cultura da erva-mate (Ilex paraguariensis) vem recebendo destaque nesta 11ª Feira da Agroindústria e da Agricultura Familiar (FEAAGRI Missões), evento que prossegue até domingo, 8, no Parque de Exposições Siegfried Ritter, Santo Ângelo, com uma série de eventos que debatem a produção e o consumo no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Entre as atividades, na manhã desta sexta-feira, 6, antecedendo o 1º Seminário Internacional de Erva-Mate e Derivados, houve o plantio de quatro mudas de erva-mate, simbolizando a união dos quatro países em torno da produção, do consumo e das pesquisas sobre suas propriedades medicinais.
O plantio foi realizado aos fundos do centro administrativo do parque, reunindo representantes dos índios guaranis, que introduziram a erva-mate na cultura missioneira, do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Por problemas de logística, a comitiva paraguaia não pode estar presente na feira.
Representando a Argentina, o plantio foi feito por Nelson Dalcomo, do Instituto Nacional de La Yerba Mater; pelo Uruguai, Nelson Bracesco Kerve, do curso de Medicina da Universidad de la República Oriental del Uruguay; e pelo Brasil, Roberto Magnos Ferron e Ludmila Alvez Gallon, com o apoio do presidente da FEAAGRI, Diomar Formenton, vice-presidente Osvaldino Lucca, o presidente da Associação FEAAGRI, Daniel Casarin, Romaldo Melher, organizador do seminário internacional, e de representantes da URI e do IFFar Santo Ângelo, UFFS Cerro Largo.
Formenton destacou o ato como um importante gesto entre os países irmãos e enalteceu a realização do seminário durante a FEAAGRI que pode resultar na criação de uma entidade internacional para estimular a produção de erva-mate na América Latina.
NÚMEROS
O organizador do 1º Seminário Internacional de Erva-Mate, Romaldo Melher, lembrou que os países irmãos herdaram dos guaranis o hábito de uma infusão de erva, ritual dos antigos pajés que a utilizavam em curas e nos rituais de batismo. “A produção de erva-mate foi uma dos principais impulsos para a economia nas Missões Jesuítica-Guarani, na época, considerada o ouro verde”, afirmou.
Segundo Melher, atualmente o Brasil é maior produtor de erva-mate, com aproximadamente 950 milhões de quilos/ano, seguido da Argentina com 850 milhões e o Paraguai com 400 milhões de folha verde por ano. E o Uruguai, o maior consumidor do mundo, com estimativa de 12 quilos por pessoa ao ano. “A erva-mate é uma das principais economias do Mercosul e o principal produto não madeireiro florestal”, concluiu.
O ato também teve o descerramento simbólico de uma placa, celebrando como marco histórico o encontro dos quatro países em torno da erva-mate.
Texto: Tarso Weber | Fotos: Fernando Gomes