A quarta-feira de feriado não será fácil para o povo gaúcho. O cenário de fortes chuvas e temporais, que provocou estragos e mortes nesta terça-feira, permanece pelo Rio Grande do Sul.
A expectativa é de pancadas fortes e torrenciais em diversas localidades, especialmente no Noroeste, Oeste, Centro, Sul e o Leste do Estado.
Conforme a MetSul, a manutenção da chuva faz com que os níveis de vários rios aumentem ainda mais. Em Porto Alegre, a chuva predomina. A mínima prevista é de 20ºC e a máxima, de 23ºC.
O Rio Grande do Sul voltou a viver o drama das águas com cidades inundadas, enchentes com rios transbordando, mortes e estragos, repetindo as cenas do segundo semestre do ano passado, que marcou o auge do evento do El Niño de 2023-2024 e que foi responsável por inundações de proporções históricas no Estado.
Os acumulados de chuva em 96 horas até o fim da tarde desta terça-feira em várias cidades gaúchas eram extremos e até extraordinários em alguns municípios. Os pluviômetros do Cemaden indicavam 448 mm em Segredo, 410 mm em Lagoa Bonita do Sul, 371 mm em Faxinal do Soturno, 329 mm em Santa Maria, 318 mm em Cachoeira do Sul, 313 mm em Candelária e Nova Palma, 312 mm em Arroio do Tigre e 310 mm em Lajeado.
Muitas cidades acumulavam entre 200 mm e 300 mm do Centro para o leste do Estado, como quase toda a Grande Porto Alegre. Na rede do Instituto Nacional de Meteorologia, os volumes em 96 horas até o fim da tarde somavam 287 mm em Santa Maria, 279 mm em São Gabriel, 271 mm em Bento Gonçalves, 237 mm em Canela, 226 mm em Caçapava do Sul, 215 mm em Rio Pardo, 206 mm em Campo Bom e 203 mm em Porto Alegre.
E segundo prognóstico da MetSul, o que já é grave vai piorar. “O cenário que enxergamos na MetSul Meteorologia, sem meias palavras, deve evoluir para extremamente grave. Várias cidades devem enfrentar situação de calamidade a desastre”, adverte.
Em locais em que já choveu 200 mm a 400 mm, os dados de modelos numéricos indicam mais 150 mm a 300 mm ou mais até sábado, o que faria com que em só uma semana os acumulados em parte do Estado fiquem entre 500 em 700 mm, muito mais que chove no outono todo, em média.
Uma frente fria vai avançar pelo Rio Grande do Sul nesta quarta e quinta-feira, reforçando a chuva em várias regiões com períodos de chuva torrencial e altos volumes em curto intervalo, o que pode gerar inundações repentinas. Há risco ainda de temporais isolados de granizo e vendavais. Modelos discrepam, mas, no final da semana, há risco de outro evento de chuva por uma área de baixa pressão, o que agravaria ainda mais o quadro.